
Como inimigo: o povo.
Com amigos como Daniel Dantas e desafetos como a população, presidente do STF é posto em xeque.
Daniella Memória
Fonte: G1 e blog Luis Nassif
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"Gilmar Dantas, assim já é demais, saia às ruas e não volte nunca mais". Esse foi o grito entoado por aproximadamente 300 manifestantes em um protesto nesta noite, 06 de maio de 2009, na frente do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
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As luzes - 5 mil velas - seriam "para iluminar a mente do Gilmar Mendes para ele sair do Supremo", como afirma o cientista político João Francisco Araújo. O movimento contou com participantes do PSOL, PDT, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), advogados e estudantes, que aproveitaram a movimetação da solenidade de lançamento de um anuário da Justiça para protestar.
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Nessa quarta, Gilmar Mendes disse não se incomodar de nenhuma maneira com os protestos, que já acontecem há algumas semanas. "A gente se qualifica na sociedade pelos amigos que se tem e inimigos que se cria", afirmou.
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Relato de alguém que estava do lado de dentro do STF, no momento da manifestação:
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"As paredes e o piso de mármore do Salão Branco do Supremo Tribunal Federal reverberam tudo, do tilintar dos copos às conversas no pé do ouvido. Tudo, menos as palavras de Márcio Chaer, abafadas pela reverberação maior dos que não tinham interesse no que estava sendo dito, apesar do transbordante de orgulho do 'editor' pelo lançamento de mais uma edição do seu Anuário da Justiça."
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"Pouca gente, portanto, ouviu Chaer dizer que há juízes que gostam de aparecer e se tornam celebridades, mas não têm o respeito da comunidade jurídica – ou coisa parecida. Quem ouviu Chaer mas não ouve 'as ruas', ficou na dúvida se ele se referia a Fausto de Sanctis ou a Gilmar Mendes – de pé, ao fundo, como um dois de paus e a eterna cara de… bem, aquela cara que todo mundo conhece."
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"Lá fora, muitas velas acesas, muitas bandeiras (várias do PSOL), faixas de louvação a Joaquim Barbosa (que, naturalmente, não estava presente lá dentro), muito apito e muito barulho. Difícil precisar quantas pessoas participavam da manifestação – mas o barulho era alto. Claro que no Salão Branco ninguém ouvia nada (afinal, não se ouvia nem mesmo o que se falou lá dentro). Mas bastava pisar do lado de fora para que 'a voz rouca das ruas' se fizesse ouvir. 'Fora Gilmar' e 'Renuncia, renuncia' eram as principais palavras de ordem."
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"Curiosamente, as paredes do STF não reverberam só por dentro. Os vidros e o mármore ecoam o que é gritado na praça, engrossando involuntariamente o coro. Quem estava descia um pouco a rampa, um pé lá outro cá, tinha a nítida sensação de que, também lá dentro, o que se gritava era 'Renuncia! Renuncia!'."
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Relato completo: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/05/06/1900/
Oie galerinha do desentoca! Tenho acompanhado essa novela Joaquim Barbosa x Gilmar Mendes e na medida que posso acompanho a sessões do STF e os informativos. Nas dezenas de listas de e-mails chegam louvações a Joaquim Barbosa. Acho que precisamos de ter cuidado e digerir criticamente as coisas. Não é porque Joaquim Barbosa disse o que muita tem gente tem vontade de dizer que faz dele "o ministro". Joaquim tem muito discurso mas seus julgados as vezes deixam a desejar. Cuidado ao apoiar cegamente um discurso sem olhar a prática de quem profere.
ResponderExcluirAcho que camanhas contra o presidente do supremo devem se basear em suas ações e não em brigas pessoais. Dani Marinho
A organização do movimento deixou claro não ser o protesto a favor de Joaquim Barbosa, mas sim contra Gilmar Mendes. É fato que o recente embate entre os dois ministros personaliza a manifestação de ontem. Concordo com Dani Marinho na necessidade de moderação - numa discussão crítica do Direito não deve haver extremismos, mas sensatez.
ResponderExcluirO foco, longe de todo sensacionalismo, deve ser a intervenção popular com exigências diretas ao Judiciário, que, como já se sabe, é posto em uma redoma dita apolítica.
Daniella Memória
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ResponderExcluirDani, massa você ter postado isso!
ResponderExcluirOntem eu recebi um e-mail informando sobre esse protesto! Queria eu que tivesse aqui em João Pessoa, pra iluminar todo o TJ !
Sim, e o protesto foi chamado de "Por uma luz no Judiciário", protesto contra todo o Judiciário, mas lógico q em especial contra o nosso Presidente do STF!
E quanto à Joaquim Barbosa, admiro-o não por suas falas, mas pelas posições que eu vejo que ele tem tomado no Judiciário, como no caso do Mensalão, de Ronaldo Cunha Lima, o de Cássio Cunha Lima, da questão do aborto, de alguns julgados que vez por outras aparecem nos livros e em coisas que leio em informativos do STF! Mas lógico que é tudo bastante superficial e que realmente o protesto e as críticas ao STF não deve desvirtuar-se de seu sentido para virar louvor a uma pessoa só.. como o povo adora fazer.. achar a figura do "salvador" e esperar que ele resolva tudo!
Sim, e espero que sejam organizados mais protestos desse tipo! E que o povo aproveite e olhe pra direita tb e vá fazer um protesto daquele lado!
ResponderExcluirExigir a denuncia do Gilmar Dantas é ato mais simbólico do que outra coisa. Mas não deixa de ser importante que a sociedade manifeste desagrado às decisões e posturas adotadas pelo nosso ilustre magistrado. E, deixe-se claro, não apenas dele, mas de todos os que se valem da posição de aplicadores do direito para perpetrar aberrações em nome da "hermeneutica" jurídica.
ResponderExcluirO mínimo que pode acontecer com toda essa movimentação é uma reflexão do judiciário sobre seus problemas.
Quanto à louvação de Joaquim Barbosa, concordo com o que foi dito. Não é um super-ministro, nem um revolucionário transformador da sociedade. Apenas aparenta mais sensibilidade em relação aos devaneios de outros ministros. O único que se expressa como gente e não como máquina, que fica indignado com algumas situações e que explode de vez em quando... O gesto dele de sair nas ruas do Rio para almoçar com o povo, sempre acompanhado pelas televisões, revela que por trás há um certo interesse midiático.
Valeu pelo post, Dani!